Economia
Brasileiros
sentirão o impacto da alta do dólar
Segundo
especialistas com o fortalecimento da moeda norte-americana, não só as
indústrias, mas toda população brasileira sentirão no bolso que o impacto não é
pequeno
João Pachelli
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQThzNUt-lzBr4AohA4R5BlP79r9meBBvqeKwUrlspxLVE7zG029bX9ze6UQvg2KuXRyUIhsuMiuifPAgACDlYiw_Eo3fADgMOqiwV0Q-BqL63-3gUf-dV2fsOUG1-hSy8n9cWenwhsxA/s320/M%C3%BAcio+Zacharias.JPG) |
Múcio Zacharias, economista |
De início o Banco
Central (BC) pareceu não dar muita bola. Logo que começaram as movimentações
mais bruscas do dólar, diretores da instituição afirmavam que a oscilação
tendia a ser de pequena magnitude e que o repasse aos preços seria atenuado.
Três meses depois, o discurso é outro.
Segundo o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, a recente alta do dólar não Brasil, que faz parte de um
movimento internacional de valorização da moeda dos EUA, motivada pela
sinalização do Federal Reserve (BC dos Estados Unidos), está sendo verificada,
mas que os mercados exageram e até se antecipam aos movimentos. “É necessário
haver uma acomodação e uma adaptação em
relação ao novo cenário nos Estados Unidos. Isso está mexendo com os mercados”,
afirmou.
Está havendo uma
verdadeira crise de credibilidade com relação aos países emergentes,
principalmente no Brasil. A crise de credibilidade aliada a uma crise de
identidade que o país vem sofrendo ultimamente culmina na desvalorização do
Real. O impacto da alta do dólar deverá gerar pressão em todos os pontos da
economia, e que obrigará empresários, políticos e assalariados analisarem muito
bem o cenário econômico nacional daqui para frente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi9nFsWQx6qT0kCJ5Hz22xB5dqNjv6F4XTnH8wHEa3bZW5WZgqeZLod1-UGAoBb99FvUcEDk2-mW8DwZGc3dHZ5eg3RYHy5B3tBr7STLoM3OyYk6rmShMfAzIL53oIlg300DxOF4z6Uy0/s320/Paulo+Grandi.JPG) |
Professor Paulo Grandi, |
Para o Economista consultor da Economies
Assessoria Econômica, Múcio
Zacharias, é uma questão de fuga de capitais. “Os Estados Unidos diminuirá o
fluxo de moeda no mundo por ser um país conservador e por haver uma
incredibilidade perante os países emergentes. O reflexo será a inflação de
juros onde muitos equipamentos e aparelhos ficarão mais caros. A expectativa
para a economia brasileira neste semestre não é nada boa”, enfatizou.
Haja vista que essa
situação irá refletir-se em todos os seguimentos, poderá haver muitas
demissões. Os empresários tendo baixa lucratividade e altos investimentos, não
sobra outra opção senão demitir funcionários. Nos últimos 3 anos a inflação
chegou a elevar-se de 18 a 20% e a previsão, segundo os especialistas é de que
haverá um afrouxamento no aumento salarial e até no crédito.
De acordo com o diretor
administrativo e financeiro, Paulo Grandi, as importações podem ter uam
participação efetiva nessa valorização do dóalr. “Devemos lembrar que quase 25% dos
produtos consumidos em nossa economia são importados, resultando em impacto
inflacionário quando a moeda norte-americana se valoriza. O governo, através do
banco central, reconhece pressão do dólar na inflação e tenta minimizar os
efeitos com política de juros definindo as taxas básicas num patamar mais alto,
podendo atingir no final deste ano 9,25% a.a”, esclareceu.
Efeitos do
dólar alto
O dólar alto aumenta
a competitividade das vendas externas brasileiras, tornando-as mais baratas, e
também encarece as importações. Ao mesmo tempo, porém, também pode impulsionar
a inflação, uma vez que torna a compra de produtos importados do exterior mais caros,
e esses preços mais altos são repassados para o mercado interno. Dólar alto
também impacta empresas com dívida em moeda norte-americana - cujo valor, em
reais, fica maior.